JOSE ANTONIO DA SILVA
Obras Selecionadas

31 de agosto a 25 de setembro de 1976


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Salve a selva do Silva que tão bem a solve Sulva

Já perto de três decênios são decorridos daquele dia em que, São José do Rio preto, numa exposição coletiva, promovida pela Casa de Cultura da cidade, tive minha atenção despertada para as pinturas de um certo Jose Antônio da Silva. Eram três quadros de assunto bem diversificado: num deles, para mim o melhor, umas vacas em repouso; no outro, Dom Pedro I e José Bonifácio, o Imperador em pé, o peito constelado de crachás e medalhas e a mão pousando sobre o ombro do patriarca, este sentado; e no terceiro, uma jangada num rio e nela uma moça de maiô.

Tratava-se, seguramente, de artista espontâneo, rustico, primitivo. Mas, seguramente também, era o que havia de melhor naquele Salão. Mais do que isso, já afastada qualquer ideia de competição, pareceu-me estar diante de alguém assinalado por ardente vocação para os encantos, segredos e mistérios da criação artística, no plano das artes visuais. Essa, a principio simples impressão, transformou-se logo depois em convicção, quando teve a apoiá-la , sem  reservas, Lourival Gomes Machado. Mas tento esse meu Amigo, tão prematuramente desaparecido, quanto eu estava longe de supor que naquele momento, com o nosso testemunho ( e mais tarde com a desinteressada ajuda de Lourival ), um pintor, dos mais vigorosos no gênero, vinha se inscrever, com destaque, no cartel dos praticantes do nobre oficio entre nós.

Hoje, aquele modesto empregado da Pensão Estrela Azul que viemos a conhecer pessoalmente logo depois, tem toda uma carreira feita, com quadros nas melhores coleções particulares e em alguns dos mais reputados museus do Pais e do Estrangeiro.

E os aplausos unânimes de toda a critica especializada.

Nesta Galeria, com 23 quadros, volta a se apresentar ao publico da Cidade o nosso José Antonio da Silva, sempre fiel aos temas que lhe são caros como matuto orgulhoso e confesso. Ai estão seus algodoais, cafezais, queimadas, carros-de-bois. Com motivação histórica, um assunto já abordado por outros mestres da pintura nacional: a Primeira Missa no Brasil.

Em todos esses trabalhos patenteiam-se os predicados do Silva de sempre: o colorido vibrante, a intuição do equilíbrio, a serviço de uma rica  instituição. E eu, que me sinto um tanto solidário nas  suas andanças por este mundo da paleta e do pincel, o saúdo com alegria, repetindo:

Paulo Mendes de Almeida


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