TARSILA
25 desenhos de 1922 a 1952

Exposição e Vendas nº 23
13 a 29 de agosto de 1987


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Tarsila do Amaral representa, indiscutivelmente, um dos pontos mais altos e fortes na Arte Brasileira, marcante pela enorme invenção, pela busca do novo e pela procura da liberdade de criar. Pintor maior e artista maior, soube Tarsila fazer da busca e da procura um momento definitivo de criação dentro do novo. Tarsila formou e transformou o novo no Brasil. A mistura de suas raízes locais com a formação e a informação européia trouxeram aos trópicos um novo real, local e definitivo.

Esta mostra resgata uma dívida, a de mostrar um lado pouco visto da artista, o desenho. Um desenho que no início é contido e pensado, passando pela explosão e pela intensidade da forma e da liberdade, para chegar, em seu fim de vida, a uma tranquilidade e uma paz facilmente visíveis em seus últimos desenhos. Tarsila do Amaral, grande pintora, grande desenho, está inteiro nesta mostra, abrangendo 30 anos de trabalho. Escolhemos de suas diversas fases e épocas, trabalhos representativos e importantes, que pudessem dar uma leitura correta da artista como desenhista e que também pudessem mostrar um lado tão importante e esquecido de sua obra.

José Duarte de Aguiar

"Felicidade perfeita
A casa da fazenda de Tarsila é um bauzinho brasileiro pintado de azul e cor de rosa
Dentro desse baú eu dormi duas noites nos braços de Nossa Senhora
A Tarsila e Oswald"

Manuel Bandeira, dez. 1927

 

"Pra dona Tarsila do Amaral,
pro talento de Tarsila,
pro coração de Tarsila,
pra boniteza de Tarsila,
Mario de Andrade

este pedaço dele"

Mario de Andrade,São Paulo, 31 jan 1925

Um pequeno desenho de Tarsila exposto aqui recentemente (Povoado) vale por toda uma definição de sua estética prevista: um traço (sostenido) que limita sem variações significativas tanto os telhados das casas como as elevadas palmeiras, sem que uma sombra o interrompa ou o apóie, como se o lápis não tivesse podido deter uma mancha lenta e firme que prosseguia a coerência de sua melodia; uma composição tão clássica com poder-se-ia exigir do mais clássico dos pintores tradicionais: uma expressão poética tão simples e tão sábia como a dessas depuradas imagens, feitas de palavras soltas e ritmo interior, como cultivada por Valéry, o mestre do purismo.

Jorge Romero Brest, Buenos Aires, 1943

in Tarsila, sua obra e seu tempo, Aracy A. Amaral, Ed. Perspectiva, 1975


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