MIGUEL DOS SANTOS
Pintura e Cerâmica

Exposição e Vendas nº 24
09 a 30 de setembro de 1987


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Miguel dos Santos

Miguel dos Santos, temperamento contemplativo, enamorado pelos mitos do Nordeste do Brasil, região regurgitante de lendas populares e de práticas espíritas, onde confluem antigas influências africanas, o primitivismo e a memória colonial. Nesta abundância de misteriosas cenas, Miguel libera sua fantasia, num frenético élan de surpresas. Sensível, francamente sentimental, inquieto seguidor de imagens-fantasmas, porém representando figurações de um patrimônio poético que lhe guia a mão. Não se trata do abstrato no senso desta moderna tendência, mas da representação de fabulosos eventos próprios da tradição moral de um povo.

As interpretações são de um pintor, também dedicado à plástica popular, a cerâmica, evidenciando uma vocação de admirável feitura, tendo em conta o inato misticismo, de tempos remotos, inserindo-os na atualidade; um caso bem raro, escolhido para que se veja na Europa um dos aspectos mais reveladores da arte brasileira. Não é o caráter etnográfico, mas num sintetismo lírico de singulares impulsos emotivos: uma criatividade autônoma neste setor da arte popular que no Brasil afirmou em música, o samba.

P. M. Bardi

Todas as imagens que concebe e faz são tiradas do fundo da alma coletiva que por ele passe, e prossegue. Sua escultura, modelada em cerâmica pintada, porém, se submete a uma outra solução plástica. É a depuração de sua pintura, realizada com um mínimo de elementos para a composição formal. Não se foge do compromisso arquetipal que é atendido, sempre através da síntese. Para nossa interpretação Miguel Domingos dos Santos é um intérprete do comportamento arcaico brasileiro, resultante do sincretismo católico-africano, iniciado com a colonização e ainda hoje aparente em determinadas áreas e em certos grupos sociais.

Clarival do Prado Valladares

Miguel dos Santos nasceu em Caruaru, Pernambuco, a 3 de novembro de 1944, mas desde 1960 reside em João Pessoa, Paraíba, que considera como sua terra de adoção e onde fez toda sua formação artística.

Principais Exposições

1975 - Individual, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1977 - Lagos, Nigéria; XIV Bienal, São Paulo.

1978 - Individual, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1979 - Museu de Arte de São Paulo.

1980 - "20 Pintores Brasileños", Santiago, Chile. Individual, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1982 - Individual, Galeria Ranulpho, São Paulo. Individual, Galeria Ranulpho, Recife.

1984 - Exposição Itinerante "Cor e Desenho na Arte Brasileira" (essa exposição percorreu 6 países da Europa).

1986 - Museu de Arte de São Paulo. Exposição nos salões e recepção da indústria BASF, Ludwigshafen, Alemanha Ocidental. Individual, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.


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